terça-feira, 3 de julho de 2007

Aquilo que as lágrimas não esquecem

Dias antes ele havia recebido uma mensagem.... Sob as sombras ele a observava esperando ser visto.... e sabia que era visto.... era isso que queria.... O tempo passou e ele se esqueceu.... Às vezes ele tentava não esquecer.... era raro, porém, quando isso não acontecia.... e era doloroso saber que isso acontecia.... Mas ele havia recebido a mensagem.... calorosamente fria como sempre.... e mais uma vez ele estava desconcertado.... era estranho como simplesmente lembrar de seu nome o deixava perdido.... como o fazia lembrar de tantas coisas.... como aquilo o afetava tanto.... como ele ficava tão absolutamente sem palavras.... .... e em sua face brotou um sorriso, não sabia se ria ou se chorava.... E foi nesse mandar de mensagem que o tempo havia chegado.... o tempo em que eles se encontrariam.... nem ele teria ensaios, nem ela provas.... pelo menos era isso que o rapaz pensava.... os dois haviam combinado que assim que chegassem as férias eles se encontrariam....
Mas existia algo, um sentimento, talvez paranóia, talvez insegurança, ele realmente não sabia o que era mas existia, uma premonição, talvez, quem sabe.... mas havia algum tempo que ele havia percebido algo estranho.... algo como se ela o evitasse.... os meios pelos quais se falavam antes ela parara de usar.... quando ele percebeu que ela usava outro que ele também usava, ele pensou, por que não, não haveria mal.... apesar de já sentir que algo estranho acontecia.... depois então ele notou que ela também parou usar logo após falar com ela.... ele sempre se achou paranóico, mas algo realmente estava acontecendo.... mas por mais que ele desconfiasse ele não queria acreditar, não poderia estar acontecendo.... seu corpo estremecia pela simples possibilidade disso.... não.... e ele tentava desesperadamente eliminar isso de sua mente.... e então.... ele liga para ela ou espera ligar... não sabe.... ele decide não fazer nada.... mesmo depois daquela mensagem enviada depois de tanto tempo....
Apesar do que estava acontecendo, do que sentia, ele já não estava tão perdido.... lembrar dela já não era tão desconcertante.... em sua mente vinha a imagem daquela que outro dia fizera seus olhos brilharem apenas de ouvir sua voz.... que alisava seus cheirosos cabelos.... que tão viva fazia em sua cabeça a imagem da sereia.... e ele suspirava... que deliciosa sensação sua lembrança trazia.... estava mais tranquilo....
Agora bastava fazer o que muitas vezes com seus olhos mareados ele lembrava.... bastava fazer aquilo que tanto ele quanto ela evitavam.... decidir.... por um fim.... escrever o epitáfio de toda aquela história....